terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

O Minho e as Bandas de Música!



Este acto supremo de erudição russa é presença obrigatória nas romarias mais populares e ancestrais do Minho. A sua ausência é a desilusão para a velha guarda que à beira do olival do adro da igreja assiste na sua cadeirinha. Já a sua má interpretação por parte dos músicos é um desconsolo para quem, junto à tasca da comissão de festas e com a "maurguinha" do vinhão na mão, ouve atentamente os sons provenientes do velho coreto.

Novidades, inovações, estrangeirismos, modas, etc., foram sempre uma constante nas comunidades minhotas, inclusive nas mais rurais. Caso não o fossem, as mesmas já teriam desfalecido e desaparecido. Aliás, a mescla tradição e modernidade convivem nos dias de hoje de mãos dadas e querer tornar intacta e cristalizar a realidade dos dias de hoje é fazer precisamente o contrário àquilo que tem sido feito ao longo dos séculos nas mais variedades manifestações populares, em especial no nosso Minho pela vigorosa fertilidade e contínua regeneração e, no fundo, pelo forte exemplo de adaptação e de cruzamento de várias influências temporais e espaciais.

1 comentário:

  1. Concordo plenamente com o teu ponto de vista! Toda a comunidade enfrenta a mudança e, não raras vezes, esta é lhe imposta. Tendemos sempre para a preservação da tradição e, talvez por isso, muitas das inovações ou adequações sejam infiltradas com suavidade, quase sub-repticiamente, para que a afirmação cultural de uma comunidade não fique em risco. Assim, não surpreende descobrirmos um mosaico de ligações culturais entre os povos quando espreitamos sob o fino manto da tradição cultural.
    Longe de ser uma maldição, a evolução do espírito e das práticas é enriquecedora e consegue abarcar simultaneamente a filosofia de raíz e a "assustadora" novidade.
    Confiemos na sabedoria popular!

    PS - grande pérola musical! Já não passo um dia sem ouvir "1812 Abertura"... Obrigado pelo contributo, amigo Pedro!

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