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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
O risco do caminho...
domingo, 26 de fevereiro de 2012
A Tua Cara Não Me é Estranha

Programas como este devia acabar um e começar outro. É um programa em que o talento aparece a cada momento, da música à personagem. Ainda melhor, feito por portugueses. Portugal tem talento. Outras considerações ficam ao critério de quem também o vê.
Sobre o teu benefício com caricaturas e críticas externas
sábado, 25 de fevereiro de 2012
Ó homem, se pode parar de escrever, aproveite!
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
A decadência como inevitável mas não como trágica
O escritor Eduardo Lourenço no âmbito do Correntes da Escrita na Póvoa de Varzim usou da palavra na sessão de abertura para, no seu sublime jeito, agradecer a amizade, o carinho e os louvores atribuídos pelos presentes à sua pessoa e à sua obra.
Nesse momento que se dirigiu ao público, num evento que reúne a nata da escrita portuguesa, foi breve, directo e conciso sem, no entanto, deixar de fazer aquilo que tem feito ao longo dos anos: reflectir sobre Portugal e Europa.
Já no seu campo pessoal, ao mesmo tempo que o escritor luso afirmou já não precisar de motivação uma vez que, tendo em conta a idade, já se encontrava em declínio, citou o General de Gaulle para dizer que a velhice é como um naufrágio consciente, mas que perante essa inevitabilidade da decadência importa naufragar em glória e com impacto, tipo "Titanic", ironizou. Ou seja, como diz o povo ou o general aos seus militares: mesmo no fim da linha importa “morrer de pé”.
Ao longo do percurso das nossas vidas não deve importar o quê, onde, quando e como, mas se é bem feito e se, dentro do respeito ao próximo, nos leva à realização pessoal e colectiva.
José Afonso
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
Convite...
O paroquialismo e resistência à mudança
A apresentação do novo diploma, que contemplou alguns sugestões e dissipou alguns receios que foram transmitidos por diversas pessoas, autarcas e entidades, permite verdadeiramente uma reforma de baixo para cima, dando aos municípios e às freguesias as competências necessárias para, em conformidade com a estratégia do município e com as dinâmicas territoriais, efectuarem uma reorganização administrativa à medida dos anseios locais.
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012
Imitação ridícula do propósito de Bordalo Pinheiro

Não há qualquer decoro nesta pintura. Contraposta a um background totalmente negro, emerge uma mulher atrativa (pelos parâmetros renascentistas…) que olha para a sua criada enquanto que esta enche o seu copo de vinho. É curioso que a mão da criada toca na mulher, enquanto que esta roça o seu dedo indicador na manga do braço do homem. Esta coreografia de mãos parece ser um sinal. O senhor da esquerda é submerso em escuridão, apenas iluminado nas secções que desvendam a sua tramóia: retira um ás de paus do seu cinto que certamente juntará às restantes cartas. Um segundo homem aparece à direita, concentrado no seu jogo. É observado pela criada mas parece não se aperceber disso. Todas as figuras revelam olhares imprecisos e enganadores, sugerindo uma cumplicidade suspeita entre elas. Este jogo de cartas é de facto uma demonstração das capacidades da alma humana em apostar nos vícios do engano, da luxúria e do álcool.
Nós, os observadores, o povinho, somos cúmplices! Reparem como parece ainda haver espaço na mesa para a nossa presença, como se nos fosse oferecida também a oportunidade de participarmos nesta tramóia tomando a parte do tramado!
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
Hidratar os corpos é fundamental

Prometeu e o fígado

Na obra, Epimeteu atribuiu a cada animal dons variados como a coragem, força, rapidez, sagacidade; asas a uns, garras a outros e carapaças também. Porém, quando chegou a vez do Homem, formou-o do barro. Mas como Epimeteu gastara todos os recursos nos outros animais, recorreu ao seu irmão, Prometeu. Este então roubou o fogo dos deuses e o deu-o aos Homens. Isto assegurou a superioridade dos Homens sobre os outros animais.
Todavia o fogo era exclusivo dos Deuses. Como castigo a Prometeu, Zeus ordenou que o acorrentassem no cume do monte Caucaso, onde todos os dias uma águia dilacerava o seu fígado que, todos os dias, se regenerava. Este castigo devia durar 30.000 anos. Prometeu acabou por ser libertado do seu sofrimento por Hércules.
Já na Grécia antiga, a capacidade regenerativa do fígado era conhecida. Esta reveste-se de grande utilidade na Medicina, possibilitando os transplantes de fígado. Esta capacidade é utilizada também como resposta do órgão face a agressões como no caso do alcoolismo crónico. Contudo, a velocidade a que se dá a regeneração não será a mesma que a da lenda do Prometeu.
(fonte: wikipédia)
Sobre os limites à teorização do mundo que te rodeia
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
O Auto da Floripes e a Universalidade da Cultura Portuguesa
O secular Auto da Floripes, para além de uma relíquia portuguesa do Teatro Popular, é o exemplo vivo das inúmeras manifestações populares que vigoraram em todo o Portugal durante vários séculos e que, em virtude da diáspora portuguesa, foram disseminadas por todo o mundo num processo constante e rico de difusão cultural, contribuindo assim decisivamente para a universalidade da cultura portuguesa.
terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
A beleza na porta ao lado...
O Minho e as Bandas de Música!
o desafio como um degrau
As civilizações afirmam-se pela capacidade de resposta aos desafios. As que não conhecem desafios, estagnam e perdem-se no tempo. Já as que se amedrontam perante os desafios, sucumbem diante dos mesmos.
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
O MESMO E O OUTRO
Interjecta-se o autor, o mago, a construção,
Como entre o lapidar e o achar nos garimpes
Ou como entre a mimese e a utopiação.
A consciência teórica hoje em decrescência
Adorno e Horkheimer dizem-nos que aconteceu!
E assim na imitação é que se põe a essência
Das artes como sendo a norma do Liceu.
Ora Aristóteles entende menos raso
Na Retórica e Poética o conceito velho:
Não é a cópia morta que resolve o caso,
Nem algo em que a cultura da natura é espelho,
O memetismo em clone nem gémeos alcançam
As artes entre o mesmo e o outro é que balançam.
domingo, 12 de fevereiro de 2012
Ainda Amadeu Torres
sábado, 11 de fevereiro de 2012
A Última Ceia (1498), Leonardo da Vinci

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
Sobre o poder resistente das verdades com que contactas
Algo permanecerá retido e será esse algo que sinalizará o início da conformação uma ideia nova, a uma verdade até então estrangeira.
Os Homens que não vêm nos manuais de História...

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
A Minha Lua
A Minha Lua
Morrerei e ainda se falará de Castro Gil
Hoje, com a morte do Cónego Amadeu Torres, sentimos que esta perda humana significará também uma perda para a cultura nacional. Homem de grande inteligência e de invejável capacidade de produção literária.
Enorme é o seu legado, mas pela sua excepcionalidade podia estar entre nós mais algum tempo para continuar a sua obra que jamais estaria terminada...
Será sepultado em Vila de Punhe para descansar na terra que o viu nascer e a quem nunca disse não quando solicitado. Amigo, embaixador e humilde nas várias solicitações que Vila de Punhe lhe fez.
Por força das suas publicações, morrerei e ainda se falará de Castro Gil.
Afinal há aconselhamento médico...
Notícia Correio da Manhã: Portugal: 80 mil abortos realizados "por opção" desde 2007
Mulher: Boa tarde, estou grávida e venho fazer a primeira ecografia por indicação da minha médica de família.Médica: Muito bem... O que faz na vida? É pela primeira vez mãe?
Mulher: Já sou mãe de um menino. Estou desempregada e neste momento estou com um companheiro que não é o pai da primeira criança.
Médica: Pois... Já viu no que está metida? Não quer abortar? Não acha melhor interromper a gravidez? Tem a certeza que não a quer levar até ao fim?
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O sangue na lei do mercado
Anda instalada a polémica por causa dos dadores de sangue.
Pergunto duas coisas:
1º: Os dadores de sangue são solidários ou interesseiros?
2º: Os dadores de sangue querem ajudar outro Ser Humano ou querem ter isenção na taxa moderadora?
A palavra do momento!
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
'O sonho comanda a vida'...
sonho e rizoma: diálogo sincero com jung II

Inexplicavelmente, eu não conheço os caminhos da minha casa. Cambiam todos os dias, durante o meu sono. Este espaço certamente alguém o terá imaginado, inviolado e perfeito, infinito. Sinto-me como aquele borges, um conhecedor abstrato do mundo. A verdade é que as pedras não permitem entrever nada mais para além da sua genealogia, essa é a realidade permitida. Deixa-me, todos os dias, com um desafio novo para vencer, como um qualquer passatempo de jornal. E assim é – nunca resolvi nenhum destes puzzles. Por vezes, fico com a sensação de que estou perto e entro numa corrida alucinada contra o sono e as pedras. Na maioria das vezes, desisto pouco tempo depois de enveredar por determinado caminho, de prosseguir determinada pista. Normalmente, deito o jornal ao lixo, quando encontro alimento suficiente para o corpo não desligar.
Eu estou sempre no intermédio e, como vos disse, a situação muda quase diariamente. Durante tempos vivi lá em cima, no cume da montanha de pedras, com vários companheiros aprisionados em celas. Foram tempos difíceis. Comíamos bichos e bebíamos gotas de água que escorriam pelas reentrâncias da estrutura de pedra. Nunca mais os vi desde o dia da minha fuga, mas recordo esses tempos com saudade porque existia esperança. Compreensível, afinal. As celas são o único espaço de onde é visível a passagem da península. Todos os dias perdia-me a olhar para ela e a imaginar infinitos cenários para o dia em que a atravessasse, como se fosse um dos objetos eternos de whitehead, um reino de possibilidades.
Desde o dia da fuga, nunca mais vi a passagem. Presumo que esteja lá ainda, se bem que no outro dia estava a ler uma história sobre uma península que, subitamente, se desintegrou do resto da terra e movimentava-se como uma jangada. Andei sobressaltado durante dias de insónia. Agora sosseguei. Afinal de contas, seria totalmente irracional e absurdo se essa ideia acontecesse precisamente a mim! Era o que mais faltava, eu, um ser mesquinho, totalmente inofensivo!
Mas deixem que vos fale dos labirintos de pedra. Em verdade, não são realmente labirintos no sentido académico do conceito. Mas assim perceciono estes absurdos espaços. São um símbolo, sim, e um claro testemunho da minha loucura. Normalmente, alucino-me a subir e descer por escadas imperfeitas, câmaras e antecâmaras cinzentas. Este espaço, aumenta-o a penumbra, o tempo, o meu desconhecimento, a solidão. Daí sentir que o meu mundo, este – isto! –, é um labirinto, do qual é impossível escapar, pois todos os caminhos, embora apontem para os diferentes quadrantes, seguem realmente para Roma, que é também o metro quadrado onde me deito a dormir.
Um dos labirintos mais recorrentes é o dos caminhos de espelhos. É realmente a única ocasião em que os pátios de pedras se tornam corredores flanqueados por enormes espelhos que não permitem mais nada se não a repetição infinita do meu ser e da lua circular. Esses caminhos resultam no duplicado simétrico do horror original. Parece que a palavra do alcorão se confirma: retiramos o teu véu, e a visão de teus olhos é penetrante. Tenho como crença que a existência dos espelhos é um erro, uma incompetente imitação de um outro lugar, num outro tempo. Esse erro é abominável porque reproduz e valida o labirinto e, no entanto, nunca consegui justificar a recorrência com que me assola. Será que a multiplicação da minha realidade que daí resulta leva também à proliferação deste labirinto ao longo dos dias?
Bem, de qualquer modo, ao cabo de uns meses compreendi com certa amargura que nada podia esperar da atitude passiva, mas sim das ocasiões em arriscava uma contradição razoável. O que me leva à minha grande teoria – o espaço, aqui, é realmente o tempo, uma espécie imaterial de sucessão de estados de espírito, instantes que carregam no seu interior, de modo sucessivo, cada um dos espaços mentais onde vivo. Sim, eu sei, é uma ideia patética, a única que me chega com significado. Nesse caso, o espacial não perdura no tempo, a metafísica é um ramo da literatura fantástica e a minha esperança é a de nietzsche.
Regulares, apesar de dispersos, são os sonhos em que vivo quando fecho os olhos no meu metro quadrado. Ao princípio, os sonhos eram caóticos; pouco depois, tornaram-se de natureza dialética, como se enquanto durmo aqui, estou acordado noutro lado. Quase imediatamente, sonhei com um coração a bater, um coração de homem que sonhava quando o sonhado acordou. Tentativa frustrada. O que eu queria mesmo era sonhar um homem, de vida completa, com tempo e espaços contíguos, com amigos, amor e alguma felicidade, mas também marés conturbadas que fizessem os dias de sol valer a pena. E, depois de sonhado esse homem, impô-lo à realidade. Se alguém lhe perguntasse o seu nome ou qualquer pormenor da vida anterior, não seria capaz de responder.
Nessa altura, talvez, já eu não saberia se existo num labirinto de pedras ou num de sonhos.