Há quem julgue perceber de música a tal ponto que se convence a determinada altura de que tem um direito celestial para descartar peremptoriamente toda a produção que não encaixe nos seus padrões canónicos e de a esconjurar da sua proximidade.
A tolerância para com os géneros musicais é um sinal de refinamento bem mais poderoso do que qualquer musculada satirização e ridicularização daqueles tipos de música que nos causam mais urticária ao ouvido, mas sobretudo ao pensamento. Aproxima as pessoas.
É que a cultura e a nossa relação com ela funciona como um barómetro gratuito de aferição do grau de maturidade e ecletismo que mora em cada um de nós. Ao pressupores que tens em ti todo um tremendo conhecimento musical que te torna capaz de discernir sobre que música é boa e que música não presta, transformas-te mais num ditador musical do que num especialista em música.
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