Existe neste momento gente a estudar um fenómeno doentio caracterizado por um dependência intensiva das redes sociais que reflecte, no fundo, os sinais destes tempos, em que o êxtase de estar ligado a todos e a estar em constante consumo de pequenos conteúdos noticiosos, humorísticos ou de bisbilhotices é por demais apelativo.
Um dos problemas que a Internet vem atenuar (porque nos faz ignorá-lo) é o problema da concentração. Um indivíduo é capaz de estar uma hora a saltitar de conteúdos em conteúdos, lendo aqui umas coisas, indo depois ver ali umas imagens, canais de vídeo, música. Pois bem, tudo é informação, mas a qualidade da informação e o efeito dessa informação na pessoa e no seu crescimento individual não é de forma alguma o mesmo. Se o fosse, as pessoas veriam com idêntica naturalidade substituir essa hora despendida na Internet por uma hora a ler um bom livro, um livro que as interessasse verdadeiramente.
Há conteúdos que requerem um patamar de concentração mais intenso e prolongado. Requererão um esforço àqueles menos treinados, mas retornam seguramente muito mais à pessoa do que o estonteante mundo das cores, luzes e sons, que a Internet nos dá a distrair diariamente e à borla.
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