terça-feira, 29 de maio de 2012

Sobre considerações de natureza económica conjuntural


A conjuntura económica actual encerra uma lição marcante, que incide sobre a ideia de que o mundo interligado de hoje é pródigo em forças contrárias ou coincidentes e competitivas, mas continuar a equilibra-se pela conjugação compensatória, e que o jogo da economia é um jogo de soma zero. 

Se um ganha de repente uma fortuna, não é que essa fortuna seja condenável porque deixa de ser ganha por outros (o mérito de gerar riqueza parece ser indiscutível) mas essa fortuna afectará a proporção e o valor do pouco dinheiro que de todos os outros ditos desafortunados possui.

De nada nos adianta ganhar 20 se o vizinho ganha 20, só serás ricos se o vizinho ganhar 10 e tu 20. A luta capitalista quer dos bancos como dos investidores privados é esta: ganhar mais dinheiro que os outros, porque a riqueza estará nessa diferença de ganhos e não no ganho absoluto (interessa mais saber quantos % aumentou o lucro do que em quanto se cifrou esse lucro). É este espírito furtivo do investidor-caçador que preside à especulação e origina este aprisionamento económico tão distinto da criação efectiva de riqueza e valor pela força do trabalho.

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