quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

A decadência como inevitável mas não como trágica

O escritor Eduardo Lourenço no âmbito do Correntes da Escrita na Póvoa de Varzim usou da palavra na sessão de abertura para, no seu sublime jeito, agradecer a amizade, o carinho e os louvores atribuídos pelos presentes à sua pessoa e à sua obra.

Nesse momento que se dirigiu ao público, num evento que reúne a nata da escrita portuguesa, foi breve, directo e conciso sem, no entanto, deixar de fazer aquilo que tem feito ao longo dos anos: reflectir sobre Portugal e Europa.

Já no seu campo pessoal, ao mesmo tempo que o escritor luso afirmou já não precisar de motivação uma vez que, tendo em conta a idade, já se encontrava em declínio, citou o General de Gaulle para dizer que a velhice é como um naufrágio consciente, mas que perante essa inevitabilidade da decadência importa naufragar em glória e com impacto, tipo "Titanic", ironizou. Ou seja, como diz o povo ou o general aos seus militares: mesmo no fim da linha importa “morrer de pé”.

Ao longo do percurso das nossas vidas não deve importar o quê, onde, quando e como, mas se é bem feito e se, dentro do respeito ao próximo, nos leva à realização pessoal e colectiva.

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