quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

No baú da Viela! (I)


Para muitos um desconhecido, para outros apenas mais um escritor, um poeta e um político entre muitos outros que fizeram a transição do século XIX para o século XX com intervencionismo republicano e visibilidade pública. Contudo, para alguns trata-se de um grande poeta! Falo de Guerra Junqueiro.

Em paralelo com a sua vida política rica e viva, este cidadão eloquente, que mereceu a maior das honras ao ser sepultado no Panteão Nacional, teceu verdadeiros bordados da escrita. Influenciado de forma ecléctica por grandes nomes da literatura, filosofia e política (Baudelaire, Proudhon, Victor Hugo e Michelet), Guerra Junqueiro procurou contribuir através dos seus escritos para a regeneração da sociedade portuguesa. A sua obra tem momentos sublimes. Momentos de um verdadeiro artista. Momentos que resultam, não de estudo ou de ciência, mas sim de inspiração que, tal como o paraíso, só está ao alcance de alguns!

Relembro Guerra Junqueiro pelos seus escritos e por este não estar no seu devido lugar a nível nacional e local, mas também pelo facto de possivelmente, enquanto secretário-geral do Governo Civil de Viana do Castelo, ter declamado os seus virtuosos e aprimorados poemas a Filomena da Silva Neves afim de resgatar o seu tenro coração. Terá sido na Praça da Rainha (hoje Praça da República) ou então no Souto das Neves? São dúvidas que se arrastarão pelo tempo até se perderem... no entanto, é provável que este grande erudito e vulto da literatura portuguesa tenha pisado a terra que muitos dos nossos antepassados também a pisaram e onde os mesmos com a sua inocência muitos sonhos plantaram e não menores aventuras desenharam. Parabéns à Câmara Municipal de Viana do Castelo por se ter associado à Fundação de Guerra Junqueiro criada na sua terra natal, Freixo de Espada à Cinta.

Como fruto do seu casamento teve duas filhas com sangue brigantino e vianense. Contudo, a sua herança foi mais além e tem sido perpetuada através dos livros e dos pensamentos que ainda nos dias de hoje nos deleitam. Embora se tenha exposto em Coimbra e Lisboa, Guerra Junqueiro deve as suas raízes e o seu coração ao Norte de Portugal.

Como prova do seu valor, o seu nome consta da toponímia de várias cidades. A Casa-Museu Guerra Junqueiro é um centro cultural que homenageia a memória do saudoso eloquente. Apesar de nunca ter residido no edifício que fora doado pela família à Câmara Municipal do Porto, a Casa-Museu está localizada no Porto e cumpre um desejo do português Guerra Junqueiro.

Deixo-vos com o Fiel Amigo de Guerra Junqueiro:

http://etablissements.ac-amiens.fr/0601178e/quadriphonie/spip.php?article799

Sem comentários:

Enviar um comentário