sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Valença do Minho e o 1º de dezembro

Falar da simbologia dos feriados aos meus novos é um dever das escolas e ao mesmo tempo das famílias uma vez que a estas compete educar e participar no seu processo de aprendizagem. Se é verdade que hoje são poucos aqueles que sabem o significado de alguns feriados nacionais, a responsabilidade, para além de poder ser atribuída a terceiros, deve ser imputada ao próprio por este não ter tido a curiosidade e a atitude cívica de adquirir os respectivos conhecimentos.
Ontem, dia 1 de dezembro, celebrou-se a Restauração da Independência que ocorreu depois de 60 anos de domínio filipino. Face a isto, nada melhor que passar a mensagem sobre a Soberania, a Nação e a Identidade Nacional através de uma ida ao Forte de Valença do Minho, maior fortaleza do Alto Minho.
Vivendo-se o período de reconquista cristã e não tendo os limites e as ambições estabilizado entre as coroas de Portugal e Castela, foi construído no século XII/XIII o Forte de Valença do Minho como elemento de defesa e de soberania do reino de Portugal.
Em virtude da Restauração da Independência, este forte de Valença, enquanto peça importante no xadrez luso, foi profundamente remodelado no século XVII para servir durante 28 anos as linhas defensivas das zonas raianas do Reino de Portugal face ao Reino de Espanha.
Com uma impressionante fortificação abaluartada, de patamares sobrepostos para melhor aproveitar as condições topográficas do local, este projecto grandioso assumiu-se como uma obra de propaganda e de ameaça face a Espanha. A localização privilegiada do rio Minho e as características do terreno possibilitaram a construção de uma das mais significativas realizações militares da História de Portugal.
Muitas coisas poderiam ser ditas sobre a fortaleza, sobre a fronteira natural, rio Minho, ou até o interesse em Tui em vários momentos da história. Mas independentemente das investidas, das fronteiras políticas e até do contrabando, o certo é que Valença e Tuí estão cada vez mais próximos, partilhando e cooperando em diversos domínios como, por exemplo, na saúde. Hoje, sabemos que é mais aquilo que os une do que aquilo que os separa.
Que o saudável aparato em torno da candidatura do Fado a Património Imaterial da Humanidade exista na mesma medida com a recém candidatura da Fortaleza de Valença a Património Material da Humanidade. Em paralelo ao melhoramento do edificado que haja uma forte preocupação com o tipo e com a qualidade de comércio dentro da fortaleza!
Embora para muitos seja um tabu, de referir o forte contributo da grande empreitada em 1940 para a recuperação de uma parte significativa do património português!
E assim, à semelhança de D. Pedro II em 1668, assinemos o Tratado de Paz para o fim deste simplório post.

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